terça-feira, 13 de agosto de 2013

N.R.N

Fui chamado louco.
Sou louco...
Uns me preferem chamar de idiota.
Outros somente me olham, e o que pensam sobre mim não sei.
Sinto-me como de outra espécie e não a humana.
Sinto-me louco.
Sou louco.

Fui chamado louco.
Sou louco...
Sinto-me incapaz de ser eu mesmo por causa de minha loucura...
Incapaz de viver por projetar a vida na loucura.
Fui chamado louco.
Sinto-me louco.

Temi a morte.
Temi-a tanto que a vi de perto, e a desejei.
Desejei-a com todo o calor do meu ser.
Desejei abraçá-la e por ela ser possuído eternamente.
Desejo ser um louco morto.
Pois no seol ninguém me estranhará.
Todos seremos iguais, todos mortos,
E não haverá mais distinção entre "loucos" e "normais".

Fui chamado louco.
Minha própria mãe me chama louco...
A que me pariu estranha o próprio parto
E o tem por coisa alguma diferente do normal...
Sinto-me louco, sou louco...
Sem alegria de viver.

Desejo muito a sua sombra...
Por cabeceira quis eu ter-te, ó hades...
No seol quis fazer minha morada...
Desejei ardentemente adormecer, para nunca mais tornar a despertar.
No íntimo do meu coração te desejei, ó escuridão eterna...
Apagar-me como um aborto que não conheceu a vida...
Fui chamdo louco.

Um dia desses abaixei, e vi a morte...
Temi-a, e com um grito clamei que me acudissem...
O medo, hoje, me foi embora, e a vida é que agora me assusta.
Sou louco.